Doutrina dos Anjos - estudo panorâmico
ANGELOLOGIA
A Angelologia é o estudo dos anjos. Hoje em dia existem muitos pontos de
vista sobre os anjos que não se alinham com a Bíblia. Alguns acreditam que os
anjos são seres humanos que morreram. Outros acreditam que os anjos são fontes
impessoais de poder. Outros ainda negam a existência de anjos inteiramente. A
compreensão bíblica da Angelologia irá corrigir essas falsas crenças. A
Angelologia nos ensina o que a Bíblia diz sobre os anjos. É um estudo de como
os anjos se relacionam com a humanidade e servem os propósitos de Deus. Aqui
estão algumas questões importantes na Angelologia: O que a Bíblia diz sobre os
anjos? Os anjos pertencem a uma ordem completamente diferente da dos seres
humanos. Os seres humanos não se tornam anjos após a morte. Os anjos nunca se
tornarão, e nunca foram, seres humanos. Deus criou os anjos assim como criou a
humanidade.
Razoável é que haja uma escala ascendente da vida, desde o homem subindo
para Deus, tanto como há uma escala descendente da vida, do homem para baixo.
Uma contemplação da vastidão e da maravilha deste universo pode bem levantar a
pergunta: É o homem a única criatura que “tem uma mente apreciar e contemplar
este favor de Deus” e para louvá-Lo por isso? Sem a Bíblia seriamos deixados em
cega conjetura, mais, nela, temos clara revelação de uma ordem de seres acima
do homem, de ordens e graus existentes e ascendentes, chamados anjos.
I. A NATUREZA DOS ANJOS
1. SÃO SERES CRIADOS.
No Salmos 148:1-5 os anjos estão entre as entidades exortadas a louvarem
o Senhor na base que “Ele mandou e eles foram criados”. Que os anjos foram
seres criados está bem provado em Colossenses 1:16, que diz: “Porque nEle foram
criados todas as coisas, nos céus e sobre a terra, visíveis e invisíveis, quer
sejam tronos ou domínios ou principalidades ou potestades”.
2. ELES SÃO ESPIRITOS PUROS.
Não queremos dizer aqui que todos os anjos são sem pecado; porque, como
veremos mais tarde, alguns são maus. O que queremos dizer é que a natureza dos
anjos é espírito não misturado com materialidade. Os anjos não possuem corpos
como parte do seu ser, mesmo que ainda assumam corpos para a execução de certos
propósitos de Deus, como em Gênesis 19. Afirmamos que os anjos são espíritos
puros porque, em Hebreus 1:14, são chamados espíritos. O homem não é nunca
designado assim inqualificadamente. Cristo disse que “um espírito não tem carne
e ossos” (Lucas 24:39).
3. ELES CONSTITUEM UMA ORDEM DE CRIATURAS MAIS ELEVADAS QUE O HOMEM.
Do homem se diz que ele foi feito “um pouco menor do que os anjos”
(Hebreus 2:7). Dos anjos se diz serem maiores do que o homem em poder (2 Pedro
2:11). O seu poder superior está implicado também em Mateus 26:53; 28:2; 2
Tessalonicenses 1:7. Contudo, os anjos são servos ministrantes dos crentes
(Hebreus 1:14) e pelos crentes serão julgados (1 Coríntios 6:3). Este último
fato parecia indicar que o homem, ainda que agora inferior em natureza aos
anjos será depois, no seu estado glorificado, como um troféu da graça redentora
de Deus, exaltado com Cristo bem acima dos anjos (Efésios 1:20,21; Filipenses
2:6-9).
4. ELES NÃO TÊM SEXO. Mateus 22:30 declara-se que os anjos não casam, o
que os prova sem sexo. “Filhos de Deus” em Gênesis 6:2 não são anjos, mas
descendentes de Sete: os verdadeiros adoradores de Deus, como diferençados dos
descendentes de Caim.
5. ELES SÃO IMORTAIS.
Judas 6 declara que os anjos não podem morrer, o que significa que eles
não podem cessar de existir.
II. CLASSES DE ANJOS
Os anjos consistem em anjos eleitos e anjos decaídos. As seguintes
passagens aludem a estas duas classes e as seguintes:
“Conjuro-te diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo e dos anjos eleitos
que, sem prejuízo algum guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade” (1
Timóteo 5:21).
“Deus não poupou os anjos quando eles pecaram, mas os lançou no inferno,
entregou-os às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo” (2 Pedro
2:4).
“Mas aos anjos que não guardaram sua principalidade, mas deixaram sua
própria habitação, reservou debaixo da escuridão e em prisões eternas até ao
juízo daquele grande dia” (Judas 6).
Os anjos eleitos são aqueles a quem Deus escolheu para conservar em
santidade. Os outros, permitiu que caíssem, e para eles não se proveu nenhuma
redenção ou possibilidade de escapula.
III. ORGANIZAÇÃO, ORDENS E GRAUS ENTRE OS ANJOS
Em Judas 9 temos Miguel mencionado como um arcanjo. Vide Também 1
Tessalonicenses 4:16. “Arcanjo” significa o chefe dos anjos. Gabriel também
parece ocupar um lugar relativamente alto entre os anjos. Vide Daniel 8:16;
9:16,21; Lucas 1:19.
A menção de tronos, domínios, principalidades e potestades entre as
coisas invisíveis, em Colossenses 1:16, implica graus e organização entre os
anjos. E em Efésios 1:21 e 3:10 temos a menção de regime, autoridade, potestade
e domínio nos lugares celestiais. Das ordens nomeadas em Colossenses 1:16, E.
C. Dargan, no seu comentário, representa “tronos” como “sendo o mais elevado,
próximo a Deus e assim chamados, tanto por estarem perto de Deus e sustentarem
o trono de Deus como por sentarem eles mesmos sobre tronos aproximando-se mais
perto de Deus em glória e dignidade; depois “domínios”, ou senhorios,
aqueles que exercem poder ou senhorio sobre os inferiores ou homens; depois
“principalidades”, ou “principados”, os de dignidade principesca; finalmente,
“potestades”, ou autoridades, aqueles que exercem poder ou autoridade sobre a
ordem angélica mais baixa, logo acima do homem”.
Consideramos mais satisfatório observar os “querubins” de Gênesis, Êxodo
e Ezequiel, com os quais identificaríamos também os “serafins” de Isaias e as criaturas
viventes do Apocalipse, não como seres atuais senão como aparências simbólicas,
ilustrando verdades da atividade e do governo divino. As criaturas viventes do
Apocalipse parece simbolizarem o louvor da criação inferior de Deus por causa
deles serem “livrados do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos
filhos de Deus” (Romanos 8:21). Os vinte e quatro anciãos associados às
criaturas viventes parecem representar a humanidade redimida. E bom é notar que
as criaturas viventes não se incluem entre aqueles redimidos para Deus. Essas,
como representativas da criação inferior dando louvor a Deus, cumprem o Salmos
145:10, que diz: “Todas as Tuas obras Te louvarão, ó Senhor”.
IV. OS ANJOS NÃO SÃO PARA SEREM LOUVADOS
“E quando ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrava
estas coisas, para o adorar: e ele disse-me: “Olha não faças tal, porque eu sou
conservo teu e de teus irmãos os profetas e dos que guardam as palavras deste
livro. Adora a Deus” (Ap. 22:8,9).
Isto está também condenado em Colossenses 2:18.
V. O EMPREGO DOS ANJOS
1. DE ANJOS SANTOS.
(1) Eles louvam ao Senhor e cumprem os Seus
mandamentos.
Salmos 103:20; 148:2.
(2) Eles regozijam-se com a salvação dos
homens.
Lucas 15:7,10
(3) Eles ministram aos herdeiros da salvação.
Hebreus 1:14; 1 Reis 19:5-8; Daniel 6:22; Salmos 34:7; 91:11,12; Atos 12:8-11.
(4) Eles são mensageiros de Deus aos homens.
Gênesis 19:1-13; Números 23:25; Mateus 1:20; 2:13,19,20; Lucas 1:11-13-19; Atos
8:26; 10:3-6; 27:23,24.
(5) Eles executam o propósito de Deus.
2 Samuel 24:16; 2 Reis 19:25; 2 Crônicas 32:21; Salmos 35:5,6; Mateus 13:41,42;
13:49,50; 24:31; Atos 12:23; Apocalipse 7:1,2; 9:15; 15:1.
(6) Eles deram a Lei.
Atos 7:53; Gálatas 3:19; Hebreus 2:2.
(7) Eles ministraram a Cristo.
Mateus 4:11; Lucas 22:43.
(8) Eles acompanharão Cristo na Sua segunda
vinda.
Mateus 25:31,32; 2 Tessalonicenses 1:7,8.
(9) Eles estão presentes nos cultos da
igreja.
1 Coríntios 11:10.
(10) Eles têm grande interesse na verdade
divina e aprendem por meio da igreja.
1 Pedro 1:12; Efésios 3:10.
Não há nada supra para mostrar que há uma intervenção constante de anjos
entre Deus e o homem. Eles não são em sentido algum constituídos regularmente
mediadores entre Deus e o homem. Sua intervenção é ocasional e excepcional; sua
atividade está sujeita à ordem e permissão de Deus.
Mas é evidente que o crente comum não tem ligado importância suficiente
ao ministério dos anjos. Todavia, doutro lado, a noção de um anjo da guarda
especial para cada indivíduo não encontra fundamente na Escritura. Diz J. P.
Boyce:
“Guiados por fábulas rabínicas e guiados pelas ideias peculiares da
filosofia oriental, alguns têm concebido que sobre cada pessoa nesta vida um
anjo vigia para guardá-la e protegê-la do mal. Esta teoria de anjo da guarda tem
sido sustentada de várias formas. Uns confinaram sua presença aos bons; outros
a estenderam também aos ímpios; alguns supuseram dois em vez de um anjo, – um
bom e outro mau. Do mesmo modo a teoria tem sido sustentada de anjos da guarda
sobre nações; uns limitando-a a boas nações, outros estendendo-a a todas. Que
tais ideias existiam entre os judeus e que prevaleceram também entre os
cristãos primitivos, pode admitir-se; mas autoridade escriturística para elas
falta” (Abstract of Systematic Theology, pág. 179).
Há, realmente, apenas duas passagens que sugerem mesmo esta doutrina de
um anjo da guarda para cada indivíduo, que são Mateus 18:10 e Atos 12:15. Sobre
Mateus 18:10 diz John A. Broadus: “Não há garantia suficiente aqui para a noção
popular de “anjos da guarda”, um anjo especialmente designado para cada indivíduo;
diz simplesmente, de crentes como uma classe, que há anjos que são seus anjos,
mas nada há aqui ou noutro lugar que mostre ter um anjo o cargo especial de um
crente”. (Commentary on Mathew).
Em Atos 12:15 diz H. B. Hackett: “Foi crença comum entre os judeus, diz
Lightfoot, que cada indivíduo tem um anjo da guarda e que este anjo pode
assumir uma aparência visível semelhante à da pessoa cujo destino lhe é
cometido. Esta ideia aparece aqui, não como uma doutrina das Escrituras senão
como uma opinião popular que não é afirmada nem negada” (Comentary on Acts).
Sobre esta passagem Broadus também diz: “Os discípulos que estavam orando por
Pedro durante sua prisão, quando a menina insistiu em que Pedro estava à porta,
saltaram logo a conclusão que Pedro fora executado e o que se dizia ser ele era
“seu anjo” (Atos 12:15), segundo a noção que o anjo da guarda de um homem
estava apto a aparecer com a sua forma e sua voz aos amigos logo após sua
morte; mas as ideias desses discípulos estavam errôneas em muitos pontos e não
são autoridade para nós a menos que inspirada”.
Encerramos o assunto com mais este comento de Broadus: “Não pode ser
positivamente assegurado que a ideia de anjos da guarda seja um erro, mas não
há passagem que prove ser verdadeira e as passagens que podiam meramente
ser entendidas dessa maneira não bastam como base de uma doutrina”.
2. DOS ANJOS MAUS.
A obra dos anjos maus será considerada mais extensivamente no próximo
capítulo, o qual trata de Satanás, seu regente e guia. Basta dizer aqui que os
espíritos ou anjos maus combatem contra Deus e Seus santos. Vê-se isto em
Efésios 6:12 e na possessão demoníaca nos primeiros tempos do Novo Testamento.
Quanto à possessão demoníaca, precisa de ser dito que o que se registra é
claríssimo e decisivo para admitir-se uma simples acomodação da parte de Cristo
e dos apóstolos às noções populares, mas errôneas dos judeus. É muito provável,
contudo, que a possessão demoníaca foi mais comum no tempo do ministério
terreno de Cristo do que agora. Isso podemos ver segundo o arquivo, que era
mais prevalecente no princípio do que nos últimos tempos do Novo Testamento,
ainda que não fosse inteiramente ausente nos últimos tempos do Novo Testamento
(Atos 16:16-18); e provavelmente não é ausente hoje. Alguns médicos hoje creem
que algumas experiências e ações dos loucos são melhor explicadas pela
suposição de a mente do paciente estar sob o controle de um poder estranho. J.
P. Boyce dá uma boa razão da maior prevalência de possessão demoníaca nos
tempos do ministério terreno de Cristo: “A grande batalha estava para se ferir
entre Cristo e Satanás e liberdade incomum foi sem dúvida concedida ao Diabo e
seus ajudantes”.
O Que é Querubim? O Que Significam os Querubins na Bíblia?
Querubim é um ser celestial
criado por Deus e que pertence à ordem dos anjos. A Bíblia indica que os
querubins constituem uma classe específica de anjos dotados de significativo
poder e grande autoridade. Os querubins são mencionados com certo destaque em
algumas passagens bíblicas.
Os querubins aparecem pela
primeira vez na Bíblia após a Queda do
Homem. Depois de pecarem
contra Deus, Adão e Eva foram proibidos pelo Senhor de se aproximarem da árvore
da vida. Então Deus colocou querubins para guardarem o local (Gênesis 3:24).
Depois os querubins são
mencionados novamente na época do êxodo de Israel. Quando Deus deu a Moisés as instruções sobre como
deveria ser a adoração entre os israelitas, Ele indicou que duas imagens de
querubins feitas de ouro deveriam ser colocadas na tampa da Arca da Aliança.
Os querubins deveriam ser
representados de uma forma que estivessem de frente um para o outro com suas
asas cobrindo o propiciatório (Êxodo 25:18-20; 37:7-10). Imagens de querubins
também foram bordadas nas cortinas do Tabernáculo. Em seguida eles continuam sendo
mencionados na Bíblia
Sagrada sempre
relacionados à glória, poder e santidade de Deus (cf. 2 Crônicas 3:7-14).
Quantos querubins existem?
Não é possível saber quantos
querubins existem. É certo que existem pelo menos quatro deles conforme a visão
de Ezequiel (Ezequiel 1:5-13). Se as criaturas vistas por João também forem
querubins, então de forma significativa mais uma vez eles apareceram num grupo
de quatro indivíduos (Apocalipse 4:6-9).
Alguns comentaristas adotam uma
interpretação muito antiga e tradicional de um texto do livro de Ezequiel para
afirmarem que Satanás originalmente pertencia a
essa classe de anjos (Ezequiel 28:13-15). No entanto essa informação não está
clara no texto. O profeta utiliza uma linguagem profética misturada com
elementos poéticos para se referir ao rei de Tiro como um querubim ungido, e é
difícil saber se existe alguma dupla referência que aponte para Satanás nessa
profecia. Saiba mais sobre a origem do Diabo.
Qual é a função de um querubim?
Considerando todas as passagens
bíblicas que tratam dos querubins, é possível dizer que eles são seres
protetores. Como já foi dito, alguns deles foram designados por Deus a guardar
a entrada do paraíso. A forma com que os querubins foram representados na Arca
da Aliança também confirma isto. Eles guardavam e observavam o propiciatório
(Êxodo 25:18).
A Bíblia também diz que os
querubins constituem a carruagem em que Deus desce a terra (cf. 2 Samuel 22:11;
Salmos 18:10; 22:11). Tudo isso indica a categoria elevada que os querubins
ocupam. Sua função principal certamente é revelar a majestade e a glória do
Senhor. Nesse sentido, eles defendem a santidade de Deus que é ofendida pelo pecado.
Como são os querubins?
Como todos os anjos, os querubins
são seres espirituais incorpóreos, dotados de pessoalidade. Isso significa que
os querubins possuem inteligência e responsabilidade moral. Mas os querubins
são representados na Bíblia em várias formas. No geral, a representação bíblica
dos querubins mistura semelhanças da forma humana com características animais.
O profeta Ezequiel é quem fornece maiores detalhes nesse sentido. Ele identificou os
querubins como os animais que contemplados junto ao rio Quebar. O profeta
descreve a aparência desses seres da seguinte maneira (Ezequiel 1:5-13):
Tinham forma de homem.
Tinham pés como de bezerro que
reluziam como bronze polido.
Possuíam quatro rostos, sendo: um
rosto humano, um rosto de leão no lado direito, rosto de boi no lado esquerdo e
rosto de águia.
Tinham quatro asas com as quais
cobriam seus corpos e encostavam uns nos outros. Debaixo das asas os querubins
tinham mãos semelhantes às mãos humanas.
Os querubins resplandeciam. O
profeta diz que eles eram como tochas, e pareciam carvão acesso.
No livro do Apocalipse o apóstolo João relata ter presenciado
quatro seres semelhantes àqueles que foram vistos por Ezequiel. Por isto muitos
comentaristas identificam as criaturas mencionadas por João como sendo
querubins, embora existam diferenças naturais nas descrições feitas por Ezequiel
e João acerca da aparência dos seres celestiais.
Os estudiosos não entram num
acordo sobre como as representações dos querubins devem ser interpretadas.
Alguns acreditam que essas representações de querubins devem ser entendidas de
forma literal com relação ao aspecto deles. Outros defendem que tais
representações são simbólicas e servem simplesmente para demonstrar o grande
poder e autoridade que Deus depositou sobre essas criaturas. Essa última
posição parece ser a mais coerente biblicamente.
Quem São os Serafins? O Que Significam os Serafins na Bíblia?
Serafins são seres da ordem dos
anjos que servem constantemente em torno do trono de Deus. É difícil falar
detalhadamente quem são os serafins porque eles são citados somente numa única
passagem da Bíblia (Isaías 6:2-6).
Provavelmente a palavra
hebraica serafins significa
“abrasadores”, embora seja difícil afirmar de forma definitiva. Essa mesma
palavra é traduzida como “serpentes ardentes” em Números 21:6. Já no livro de
Isaías, ao se referir a seres angelicais, o termo hebraico em sua forma plural
é simplesmente transliterado.
Como são os serafins?
A visão do profeta Isaías é a única fonte de informação sobre como são os serafins. No
entanto, é difícil saber até que ponto a descrição feita pelo profeta deve ser
interpretada como sendo simbólica ou literal.
Grande parte dos estudiosos
entende que Isaías oferece uma representação simbólica dessas criaturas. Os
serafins são caracterizados pelo profeta como tendo forma humana. Cada um dos
serafins tinha seis asas. Com duas asas eles cobriam seus rostos; com outras
duas cobriam os pés; e com as duas asas restantes eles voavam (Isaías 6:2).
Se esta descrição realmente tiver
um caráter simbólico, então é possível que seu objetivo principal seja apontar
para a extraordinária glória de Deus. A informação de que os serafins cobriam o
rosto com duas asas, talvez simplesmente indique a pureza da glória e santidade
de Deus; a ponto de que até mesmo os seres angelicais que servem diante do seu
trono são incapazes de olhar diretamente para Ele.
O fato de os serafins cobrirem os
pés com outras duas asas, pode ser que demonstre sua constante atitude de
modéstia diante do Rei do Universo. Da mesma forma, as duas asas disponíveis
usadas pelos serafins para voar talvez representem que eles estão sempre
prontos a fazerem a vontade do Soberano Senhor.
O que os serafins fazem?
O profeta contemplou os serafins
voando por cima do alto e sublime trono no qual Rei celestial se assenta
(Isaías 6:1). Constantemente diante de Deus, os serafins louvam sua Majestade
sem cessar. O profeta diz que incansavelmente os serafins clamavam uns para os
outros, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda
a terra está repleta de sua glória” (Isaías 6:3). Essa ação de adoração era tão
forte que o limiar do templo divino se abalava.
Esse texto de Isaías claramente
indica que a função principal dos serafins é adorar diante do trono de Deus.
Alguns intérpretes dizem que os serafins podem ser considerados como uma classe
dos mais nobres anjos que assistem na presença de Deus dia e noite. Os serafins
proclamam a santidade de Deus em tudo o que fazem. Em certo aspecto os serafins
parecem ser uma classe de anjos relacionada aos querubins.
O profeta Isaías também indica
uma função específica que talvez esteja relacionada ao provável significado da
palavra hebraica serafim, “abrasadores”. Ele diz que um dos serafins
voou em sua direção trazendo uma brasa viva tirada do altar com uma tenaz. Com a brasa ele tocou a boca do profeta e lhe disse: “Eis que ela tocou os teus
lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Isaías
6:7).
Então nesse contexto específico,
os serafins aparecem como seres angelicais que desfrutam de um privilégio muito
grande. Ao mesmo tempo em que eles servem exaltando o caráter de Deus diante de
seu trono, também servem como agentes de purificação pelo fogo para que alguém
possa se aproximar apropriadamente de Deus.
Bibliografia
Bancroft, E.H.
Teologia Elementar. São Paulo; Batista regular, 1995
Bergsten, Eurico.
Introdução à Teologia sistemática. Rio de Janeiro; CPAD, 1996
Grudem, Wayne.
Manual de teologia sistemática. São Paulo; Editora Vida, 2001
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